28/09/14

"OLHARES SOBRE O AFEGANISTÃO" / 1.ª PARTE

           1.ª Parte da Foto-reportagem "Olhares sobre o Afeganistão" sobre a participação de Fuzileiros no Contingente Nacional (FND-PRT ISAF) destacado no Afeganistão, entre Setembro de 2010 a Abril de 2011. Texto e imagens compilado pelo SAJ FZ RES Rogério Pinho e Silva:
 
"OLHARES SOBRE O AFEGANISTÃO"
 
           Desde a chegada ao 1º BIMEC em Stª Margarida em Agosto de 2010, passando pelo RI 14 em Viseu para dar continuidade ao aprontamento, pelo decorrer da cerimónia de entrega do Estandarte Nacional, pela partida para o TO em Cabul, pelo cumprimento da missão e regresso, decorreram mais de duzentos dias de intensa e incansável actividade que nem o calor extremo, o frio agudizante e o pó intragável conseguiram esmorecer!
 
           Espero, através desta foto-reportagem, dar a conhecer um pouco do que foi a missão, das dificuldades de comunicação, do frio intenso e do calor extremo, mas também da alegria e do prazer que sentimos com a amizade daquela gente simples e carregada de sofrimento!




















Treino na carreira de tiro (1º BIMEC)




















Treino de patrulha




















Treino sobre viaturas Hummer (RI 14 Viseu)




















Treino de reacção a emboscada




















Cerimónia entrega Estandarte Nacional




















Desfile após a cerimónia
 
           A partida do aeroporto de Figo Maduro aconteceu por volta da 01.00horas do dia 29Nov.2010. As despedidas são sempre angustiantes. O que se diz dos atentados é interpretado por cada um da forma possível, mas a coragem de cumprir a tarefa que se recebeu está acima de tudo! Durante o voo, nunca preguei olho, embora à volta muita gente “passasse pelas brasas”. Isso permitiu-me ir fotografando alguns aspectos da viagem.




















Elementos da Associação de Fuzileiros



















Cumprimentos de despedida




















Subida para o avião




















Durante o voo de 07 horas




















Imagem do voo




















Entrada no vale de Cabul

           À chegada ao aeroporto de Cabul, a observação em redor deixa-nos preocupados. Estamos num vale rodeado de montanhas, donde seria muito fácil lançar um ataque com resultados catastróficos. Aguardámos o transporte blindado que só chegou umas sete horas depois, começava já a escurecer!
 



















Saída do avião




















Transporte blindado Norte-americano

           Alguns dias depois, após termos na nossa posse a identificação necessária, podemos finalmente sair de Camp WhereHouse para efectuar o reconhecimento da zona onde iríamos trabalhar. O choque entre as duas civilizações é tremendo; separam-nos cerca de 395 anos!
 



















Reconhecimento ao KMTC




















Reconhecimento da área de exercícios




















Treino para ministrar a formação




















Aula sobre tipos de patrulhas

           Preparada a formação, iniciámos o nosso dia-a-dia com os alunos do curso de Sargentos do ANA, ministrado inicialmente, em conjunto com a equipa de militares Romenos, nas instalações do KMTC, (Kabul Military Training Center). Mais tarde viemos a assumir, sozinhos, a formação de todo o curso que oscilava entre os 200 e os 240 militares. Para a formação existia apenas uma sala, onde colocar todos estes militares era sem dúvida complicado.
 




































Aspecto da sala de aula




















Algumas matérias são dadas ao ar livre



















Aqui a concentração é um desafio...





















Treino de posições para a carreira de tiro

























Castigos para os distraídos

           Parte das aulas são dadas ao ar livre, muitas vezes por falta de espaço. O calor constante, algumas vezes chuva ou neve e o ruído envolvente, não permitem grande concentração. O produto final dos cursos deixa-nos angustiados porque queríamos muito mais qualidade.
           A carreira de tiro é sem dúvida a nossa grande preocupação. Com os constantes atentados que vitimaram muitos soldados da NATO e recentemente o atentado na carreira de tiro com os militares Espanhóis, fazem com que a todo o momento os nossos olhares percorram completamente a linha de tiro na procura de algum movimento ou atitude estranha. Gostávamos de envergar a boina do Fuzileiro, mas o bom senso e as regras ditam que na carreira de tiro todos os militares portugueses usam capacete kevlar, colete anti bala e se acharem necessário têm a arma pronta a fazer fogo.




















Transporte para a área de exercícios




















Avanço para objectivo





















Carreira de tiro




















Tiro com munição real




















Viatura portuguesa de controlo























































Tiro em condições adversas

           A visita do Comandante da FND PRT ao KMTC teve como objectivo a observação da forma como decorriam os trabalhos na área da formação e inteirar-se de algumas dificuldades que se depararam aos militares portugueses.
 



















Visita a Camp Álamo




















Comando do TLC (Time Líder Course)





































Aspectos da formação

           De salientar a introdução do CAE (combate em áreas edificadas), que veio a fazer parte do curso do TLC. Foram também cedidas ajudas em material de apoio didáctico e auxiliares de instrução, que os militares afegãos receberam com imensa alegria. A área de exercícios é tão extensa e eles mudam tão rapidamente de planos que chegámos a andar cerca de duas horas à procura da nossa companhia de alunos.
 



















Em conversa com o Major do TLC




















Controlo das munições




















Municiando com munições de salva




















Perímetro defensivo





































Treino de CAE





































Oferta de material de apoio

           Decorrido algum tempo, decidimos que, para fomentar a camaradagem entre os instrutores afegãos que trabalhavam connosco, um almoço seria interessante, uma vez que poderíamos também dar a conhecer a gastronomia portuguesa. O evento decorreu em Camp WereHouse e foi, sem dúvida, muito interessante.
 




































Aspectos do almoço




















Troca de lembranças




















Foto para a posteridade
 
           O Natal é a época da nostalgia. Eu não sou muito ligado a estas coisas, à excepção do jantar em família que considero o ponto alto. Por estar ligado à comissão de acompanhamento do bar, era nossa missão retratar, de forma mais ou menos fiel, o Natal de Portugal, por isso construímos um Presépio. A camaradagem que se vive nestes dias é mais acentuada porque nos tornamos efectivamente uma família.
 










































Imagens do Presépio